Democratização da Comunicação – Lutar por onde?
Visto como o quarto poder, a comunicação é umas das principais formas de propagação dos valores que sustentam o sistema econômico e político atual. Isso se dá através da concepção de informação como mercadoria e é um dos principais meios pelo qual a elite, de acordo com os seus interesses, molda a sociedade e a opinião pública.
O falso espaço de debate do que acontece na sociedade, na maior parte das vezes, se dá pelos meios de comunicação de massa. Também por isso, a reflexão aprofundada sobre os meios de comunicação no Brasil é praticamente inexistente, assim como outros assuntos que não interessam aos beneficiados do sistema.
A concentração dos meios de comunicação contribui para a construção de um discurso hegemônico e para o fortalecimento desses grupos empresariais, solidários entre si. No Brasil, por exemplo, aproximadamente 90% da mídia está nas mãos de sete famílias e duas igrejas, caracterizando um verdadeiro latifúndio da informação.
O Estado brasileiro estabelece uma série de normas e direitos também no que diz respeito à comunicação. Entretanto, as leis existentes não são respeitadas; e elas em si contêm brechas, inclusive porque são originárias dos interesses empresariais. Dentre os fatores do descumprimento das leis atuais, estão os interesses de parlamentares donos de meios de comunicação ou ligados a grandes empresas, que sobrepõem a lei do capital sobre as leis do Estado. De qualquer modo, o Estado não garante nem uma mídia democrática nos seus próprios marcos burgueses e, obviamente, é ontologicamente incapaz de garantir uma sociedade democrática de fato.
A luta histórica pela democratização dos meios de comunicação deve ser ampliada e incorporada pelos movimentos sociais e pela juventude. A comunicação, sob o domínio daqueles(as) que hoje são oprimidos(as) é uma ferramenta eficiente de organização, agitação, conscientização e propagação da transformação social. A esquerda brasileira precisa renovar a sua própria linguagem em busca de mais diálogo com a sociedade. É possível falar de revolução socialista utilizando a arte em suas diversas formas, na linguagem de seus próprios protagonistas.
Visto como o quarto poder, a comunicação é umas das principais formas de propagação dos valores que sustentam o sistema econômico e político atual. Isso se dá através da concepção de informação como mercadoria e é um dos principais meios pelo qual a elite, de acordo com os seus interesses, molda a sociedade e a opinião pública.
O falso espaço de debate do que acontece na sociedade, na maior parte das vezes, se dá pelos meios de comunicação de massa. Também por isso, a reflexão aprofundada sobre os meios de comunicação no Brasil é praticamente inexistente, assim como outros assuntos que não interessam aos beneficiados do sistema.
A concentração dos meios de comunicação contribui para a construção de um discurso hegemônico e para o fortalecimento desses grupos empresariais, solidários entre si. No Brasil, por exemplo, aproximadamente 90% da mídia está nas mãos de sete famílias e duas igrejas, caracterizando um verdadeiro latifúndio da informação.
O Estado brasileiro estabelece uma série de normas e direitos também no que diz respeito à comunicação. Entretanto, as leis existentes não são respeitadas; e elas em si contêm brechas, inclusive porque são originárias dos interesses empresariais. Dentre os fatores do descumprimento das leis atuais, estão os interesses de parlamentares donos de meios de comunicação ou ligados a grandes empresas, que sobrepõem a lei do capital sobre as leis do Estado. De qualquer modo, o Estado não garante nem uma mídia democrática nos seus próprios marcos burgueses e, obviamente, é ontologicamente incapaz de garantir uma sociedade democrática de fato.
A luta histórica pela democratização dos meios de comunicação deve ser ampliada e incorporada pelos movimentos sociais e pela juventude. A comunicação, sob o domínio daqueles(as) que hoje são oprimidos(as) é uma ferramenta eficiente de organização, agitação, conscientização e propagação da transformação social. A esquerda brasileira precisa renovar a sua própria linguagem em busca de mais diálogo com a sociedade. É possível falar de revolução socialista utilizando a arte em suas diversas formas, na linguagem de seus próprios protagonistas.
Combate às opressões
A nossa história foi constituída sobre as marcas da opressão nos corpos e mentes dos/
as escravizados/as. Mas não é coisa do passado. Ainda hoje, as mulheres recebem
menos por desempenhar o mesmo trabalho de um homem, além de cumprir dupla
jornada de trabalho. Os nordestinos são massacrados, e os pobres, cada vez mais
explorados. As mulheres pobres submetem-se aos trabalhos mais árduos, arriscam-
se nas filas dos hospitais em busca de tratamentos específicos, e morrem ao utilizar
métodos precários na tentativa de realizar abortos, que poderiam ser evitados
se, no nosso país, o aborto fosse tratado como problema de saúde pública. Em
muitas universidades, as mulheres que optam por ser mãe não têm a sua formação
garantida, porque não há creches para cuidar de seu ou sua filho (a). Prejudicando,
principalmente, a formação daquelas que não tem condição de pagar alguém para
cuidar da criança.
O tratamento dado pela mídia, por exemplo, aos negros e negras é igualmente
precário. Primeiro, devemos nos questionar o que conhecemos da cultura de matriz
africana: Por que conhecemos tão pouco? Por que suas religiões continuam sendo
criminalizadas e não tem o direito de ter seus símbolos marcados no espaço público?
Ainda há a opressão àqueles e àquelas que desafiam a concepção de que o amor só
pode ocorrer e ser vivenciado entre um homem e uma mulher. A diversidade sexual
é motivo de chacota ou desvio psíquico, a pluralidade e a liberdade de expressão são
tomadas como erro, a cultura é considerada folclore, a arte, é artesanato. Queremos
direitos comuns para nós, que temos nossas diferenças, mas que somos todos uma
única classe. Queremos a superação do atual modelo econômico, que se mantêm na
relação de opressão.
A opressão à qual estão submetidos os movimentos sociais, como o movimento
estudantil, é caso de reflexão. Vemos, diariamente, estudantes sendo tratados por
termos pejorativos, acusados de baderneiros por se organizarem e contestarem a
situação precária que passa a educação pública brasileira. Muitos estudantes foram
criminalizados, através de processos gerados pelo Governo Federal nos últimos
três anos, graças ao processo nada democrático (sem debate com a comunidade
acadêmica) que foi aprovado os pacotes da reforma universitária, a exemplo do Reuni.
Os grandes meios de comunicação, ainda, conservam a ideologia que criminaliza e
impõe no imaginário da população a idéia de que a mobilização social é geradora da
desordem social.
Logo, o combate às opressões na sociedade atual é, certamente, uma das tarefas
essenciais daqueles e daquelas que desejam construir um mundo livre, justo,
igualitário e fraterno.
Qual o nosso papel nesse processo? Reproduzir essa lógica que humilha milhares de
indivíduos ou fazer uma outra comunicação?
Qualidade de Formação do Comunicador
A gente cresce vendo aqueles filmes americanos, onde as universidades são incríveis,
professores, motivados e alunos, beberrões. Mas quando chega à universidade pública
brasileira descobre que nada do que você viu na TV se parece com a realidade que vai
enfrentar diariamente. Laboratórios sucateados, prédios mal construídos e professores sem a devida qualificação. O que fazer? Será que tem jeito?
O primeiro ponto passa pela mobilização dos estudantes para cobrar dos gestores maior
atenção em relação a assuntos como esse, afinal, “se você não se mexe, quem se mexe
por você?” Muitas vezes, os estudantes mais novos naturalizam a idéia de que não estãopreparados ou mesmo que não são capazes de construir lutas dentro da sua universidade.
Enquanto Executiva, nosso papel é de organizar e mobilizar os/as estudantes para que se identifiquem com as lutas emancipatórias do nosso povo, mostrando que têm poder suficiente para lutar por seus direitos mais antigos. Jeito tem, basta que nós lutemos pelas melhorias.
As estruturas pedagógicas e físicas em nossa universidade afetam diretamente a qualidade das nossas formações. O que é comunicação social? Qual o papel do comunicador e do conteúdo que ele produz? Ética se aprende em sala de aula? Um curso como o de Comunicação Social com alta carga teórica e prática, não deve ficar a mercê do descaso. A nossa gestão visa continuar com a campanha Somos todos Comunicação Social, propondo um novo sistema de avaliação. Precisamos construir outro modelo de avaliação que não apenas uma aplicação de provas. Que vise à construção de um curso mais dedicado a pesquisa, a extensão e ao ensino de qualidade. Buscando as expressões artísticas e culturais que os estudantes de comunicação produzem ao longo de sua formação acadêmica.
No curso de Comunicação Social da UFS há poucas pesquisas para a quantidade de alunos, que dirá extensão. Aliás, mal temos professores suficientes para o ensino. Sabe quantas matérias não foram ofertadas por falta de professor? Doze matérias. Sabe quantas máquinas fotográficas temos para uma turma com 50 alunos? Apenas três máquinas. Os estudantes mal têm acesso à Rádio UFS, e olhe que está é uma rádio universitária. Será que ela de fato serve à comunidade acadêmica ou apenas assessora a reitoria? A abertura de editais, de fato, contribui para nossa formação?
Muitos estudantes e professores tentam contornar a péssima condição de nosso departamento com iniciativas individuais ou coletivas. Mas precisamos, não só dessas soluções pontuais que não contestam os reais responsáveis por isso, mas é necessário que estudantes e professores estejam juntos na organização e mobilização das exigências para a melhoria de nosso curso. Ou será que o problema de não termos um complexo de comunicação, em 17 anos de curso, é apenas a desistência ou falência das empresas?
Ou seja, não é impossível, nós estudantes, a partir de iniciativas coletivas, contribuir com as melhorias do curso e a nossa formação acadêmica e social.
A nossa história foi constituída sobre as marcas da opressão nos corpos e mentes dos/
as escravizados/as. Mas não é coisa do passado. Ainda hoje, as mulheres recebem
menos por desempenhar o mesmo trabalho de um homem, além de cumprir dupla
jornada de trabalho. Os nordestinos são massacrados, e os pobres, cada vez mais
explorados. As mulheres pobres submetem-se aos trabalhos mais árduos, arriscam-
se nas filas dos hospitais em busca de tratamentos específicos, e morrem ao utilizar
métodos precários na tentativa de realizar abortos, que poderiam ser evitados
se, no nosso país, o aborto fosse tratado como problema de saúde pública. Em
muitas universidades, as mulheres que optam por ser mãe não têm a sua formação
garantida, porque não há creches para cuidar de seu ou sua filho (a). Prejudicando,
principalmente, a formação daquelas que não tem condição de pagar alguém para
cuidar da criança.
O tratamento dado pela mídia, por exemplo, aos negros e negras é igualmente
precário. Primeiro, devemos nos questionar o que conhecemos da cultura de matriz
africana: Por que conhecemos tão pouco? Por que suas religiões continuam sendo
criminalizadas e não tem o direito de ter seus símbolos marcados no espaço público?
Ainda há a opressão àqueles e àquelas que desafiam a concepção de que o amor só
pode ocorrer e ser vivenciado entre um homem e uma mulher. A diversidade sexual
é motivo de chacota ou desvio psíquico, a pluralidade e a liberdade de expressão são
tomadas como erro, a cultura é considerada folclore, a arte, é artesanato. Queremos
direitos comuns para nós, que temos nossas diferenças, mas que somos todos uma
única classe. Queremos a superação do atual modelo econômico, que se mantêm na
relação de opressão.
A opressão à qual estão submetidos os movimentos sociais, como o movimento
estudantil, é caso de reflexão. Vemos, diariamente, estudantes sendo tratados por
termos pejorativos, acusados de baderneiros por se organizarem e contestarem a
situação precária que passa a educação pública brasileira. Muitos estudantes foram
criminalizados, através de processos gerados pelo Governo Federal nos últimos
três anos, graças ao processo nada democrático (sem debate com a comunidade
acadêmica) que foi aprovado os pacotes da reforma universitária, a exemplo do Reuni.
Os grandes meios de comunicação, ainda, conservam a ideologia que criminaliza e
impõe no imaginário da população a idéia de que a mobilização social é geradora da
desordem social.
Logo, o combate às opressões na sociedade atual é, certamente, uma das tarefas
essenciais daqueles e daquelas que desejam construir um mundo livre, justo,
igualitário e fraterno.
Qual o nosso papel nesse processo? Reproduzir essa lógica que humilha milhares de
indivíduos ou fazer uma outra comunicação?
Qualidade de Formação do Comunicador
A gente cresce vendo aqueles filmes americanos, onde as universidades são incríveis,
professores, motivados e alunos, beberrões. Mas quando chega à universidade pública
brasileira descobre que nada do que você viu na TV se parece com a realidade que vai
enfrentar diariamente. Laboratórios sucateados, prédios mal construídos e professores sem a devida qualificação. O que fazer? Será que tem jeito?
O primeiro ponto passa pela mobilização dos estudantes para cobrar dos gestores maior
atenção em relação a assuntos como esse, afinal, “se você não se mexe, quem se mexe
por você?” Muitas vezes, os estudantes mais novos naturalizam a idéia de que não estãopreparados ou mesmo que não são capazes de construir lutas dentro da sua universidade.
Enquanto Executiva, nosso papel é de organizar e mobilizar os/as estudantes para que se identifiquem com as lutas emancipatórias do nosso povo, mostrando que têm poder suficiente para lutar por seus direitos mais antigos. Jeito tem, basta que nós lutemos pelas melhorias.
As estruturas pedagógicas e físicas em nossa universidade afetam diretamente a qualidade das nossas formações. O que é comunicação social? Qual o papel do comunicador e do conteúdo que ele produz? Ética se aprende em sala de aula? Um curso como o de Comunicação Social com alta carga teórica e prática, não deve ficar a mercê do descaso. A nossa gestão visa continuar com a campanha Somos todos Comunicação Social, propondo um novo sistema de avaliação. Precisamos construir outro modelo de avaliação que não apenas uma aplicação de provas. Que vise à construção de um curso mais dedicado a pesquisa, a extensão e ao ensino de qualidade. Buscando as expressões artísticas e culturais que os estudantes de comunicação produzem ao longo de sua formação acadêmica.
No curso de Comunicação Social da UFS há poucas pesquisas para a quantidade de alunos, que dirá extensão. Aliás, mal temos professores suficientes para o ensino. Sabe quantas matérias não foram ofertadas por falta de professor? Doze matérias. Sabe quantas máquinas fotográficas temos para uma turma com 50 alunos? Apenas três máquinas. Os estudantes mal têm acesso à Rádio UFS, e olhe que está é uma rádio universitária. Será que ela de fato serve à comunidade acadêmica ou apenas assessora a reitoria? A abertura de editais, de fato, contribui para nossa formação?
Muitos estudantes e professores tentam contornar a péssima condição de nosso departamento com iniciativas individuais ou coletivas. Mas precisamos, não só dessas soluções pontuais que não contestam os reais responsáveis por isso, mas é necessário que estudantes e professores estejam juntos na organização e mobilização das exigências para a melhoria de nosso curso. Ou será que o problema de não termos um complexo de comunicação, em 17 anos de curso, é apenas a desistência ou falência das empresas?
Ou seja, não é impossível, nós estudantes, a partir de iniciativas coletivas, contribuir com as melhorias do curso e a nossa formação acadêmica e social.
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