Neste ano, o Curso de Comunicação Social da Universidade Federal de Sergipe (UFS) completa mais um ano de existência. Pois bem, nada temos a comemorar. Isto porque, a política implantada no curso e na UFS durante esses anos, foi, e ainda é, a velha política do “empurrão com barriga”. Criam-se novas habilitações, amplia-se o acesso e o número de vagas, mas por outro lado, o direito a permanência na Universidade não é garantido aos estudantes. É esta a política de Expansão e Restruturação das Universidades Públicas (REUNI), implementada na UFS em 2008, a comando do MEC.
Os últimos três anos foram de luta em defesa da qualidade de formação do comunicador. Disciplinas laboratoriais sem laboratório, período em curso com 12 disciplinas sem professor, falta de câmeras fotográficas e de vídeo, falta de computadores e de softwares, além das deficiências e o não-acesso nos veículos laboratoriais (Rádio UFS). Neste mesmo período, as promessas de construção do Complexo de Comunicação era a resposta dada aos problemas enfrentados por nós, estudantes. Nenhum complexo, nenhuma melhoria, muitas contradições.
Mas nós não ficamos calados. Em 2009, entramos em processo de avaliação do nosso curso o que resultou num dossiê extenso de reivindicações, fizemos mobilizações juntamente com o Centro Acadêmico de Artes (Cenarte), na época fazíamos parte do mesmo departamento, além de aprovarmos em assembleia geral dos estudantes de comunicação social o dossiê e a ida ao Ministério Público exigindo do reitor respostas, mas nenhuma resposta foi dada. A burocracia das licitações, dos contratos, das verbas eram os “empecilhos” para a não solução dos problemas.
Neste dossiê feito por estudantes e professores estão, minuciosamente, todas as nossas reivindicações. Queremos mais professores, livros, computadores, cabo para edição não-linear, data-show, filmadoras, câmeras fotográficas, contratação de técnicos-administrativos, sala especifica para o Diretório Acadêmico, contratação de professores com dedicação exclusiva, efetivação do Jornal Contexto como veículo laboratorial, salas exclusivas para projeção, reforma curricular e inclusão de disciplinas tais como: política, economia política da cultura e da comunicação, História da Cultura Afro-Brasileira etc; queremos mais pesquisas e projetos de extensão.
A Rádio UFS, desde seu reconhecimento como rádio educativa, laboratorial e comunitária vem trilhando um caminho de não servir aos estudantes. Os estudantes não têm o livre acesso a rádio, a produção é centralizada na Assessoria de Comunicação da UFS e a participação das comunidades é dificultada através de políticas de editais. Uma rádio laboratorial deve servir aos estudantes, para que estes, experimentem, divulguem, construam novas práticas de fazer rádio, mas não é isso que está sendo feito.
É com muita indignação que escrevemos esta carta para exigir do reitor Prof. Dr. Josué dos Passos Sobrinho, um posicionamento acerca dos problemas que estamos passando. Queremos respostas e ações rápidas, não suportaremos mais nenhuma gota de espera e de mentira. Queremos uma expansão de qualidade, que amplie o acesso e dê condições responsáveis de permanência aos estudantes. Para tanto, exigimos:
Reunião com os estudantes de Comunicação Social da UFS, Departamento de Comunicação Social (DCOS), o gestor da Universidade Federal de Sergipe, Prof. Dr. Josué dos Passos Sobrinho e o Ministério Público Federal com objetivo de resolver todos os problemas referentes ao curso de Comunicação Social.
Por fim, gostaríamos de comunicar que estamos, mais do que nunca, em processo permanente de mobilização em defesa da educação pública, gratuita e de qualidade. A nossa força é a luta, e a só a luta muda a vida.
Chega de promessas!
Chega de migalhas!
Assinam esta carta:
Estudantes de Comunicação Social da UFS
Diretório Acadêmico de Comunicação Social (DACS)
Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social (Enecos)
À luta, companheir@s!
ResponderExcluirChegou a hora de pôr em cheque esta universidade. Chega de migalhas!